Confrei
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NOME CIENTÍFICO: Symphytum officinalis L.
FAMÍLIA BOTÂNICA: Boraginaceae.
SINONÍMIA: Capim-roxo-da-rússia,
confrey, consolda, consolda-maior, consolda-menor, consólida,
consólida-do-cáucaso, consólida-maior, erva-do-cardeal, grande-consolda,
leite-vegetal-da-rússia, língua-de-vaca, orelhas-de-asno, orelha-de-burro,
orelha-de-vaca.
HABITAT: Espécie
alóctone, originária da Ásia, que cresce em terrenos e relvados úmidos. Ocorre
até 1.500m de altura. Cultivada no Brasil em jardins e hortas.
FITOLOGIA: Planta
herbácea cespitosa, vivaz, de rizoma grosso e raízes fusiformes, fasciculadas,
caule de 40 a 60cm, ereto, ramoso, oco, áspero, anguloso e alado. Folhas
ovado-agudas, ou oblongo-lanceoladas, acuminadas, pouco onduladas, decrescentes
da base para o ápice, áspera e pilosa. As folhas superiores são sésseis,
enquanto as demais, mais pecioladas quanto mais próximas do solo; todas são
oval-agudas ou oblongo-lanceoladas, acuminadas, levemente onduladas,
decrescentes da base para o ápice. Flores grandes, brancas, tubulosas,
infundibuliformes, pêndulas e dispostas no ápice dos ramos em cimeiras
geminadas curtas e escorpióides. O fruto é composto de quatro aquênios lisos e
vernicosos. A raiz é escura externamente e alva internamente.
CLIMA: É originária
de clima temperado, mas adapta-se aos subtropicais e até os tropicais. É
higrófita. Tolera a meia-sombra.
SOLO: Cresce melhor
em solos ricos em matéria orgânica, soltos e com um bom teor de umidade, mas
tolera os períodos de seca.
AGROLOGIA
· Espaçamento: 0,8 x 0,80m.
· Propagação: divisão de touceiras, estacas e pedaços de rizomas da
planta matriz. Utilizam-se substratos leves e porosos para o enraizamento
(casca de arroz tostada, vemiculita, areia).
· Nutrição: planta desenvolve-se melhor a quando suprida com nitrogênio e
cálcio.
· Adubação: 3 a 4kg/m2 de cama de aviário e 100g/m2
de fosfato natural, no plantio. Após cada corte de folhas, aplicar 10g de
nitrato de cálcio por planta.
· Plantio: deve coincidir com períodos crescente de temperatura e
umidade.
· Doenças: as raízes são susceptíveis a fungos do solo.
· Florescimento: ocorre no verão.
· Colheita: As folhas são colhidas a cada dois meses, a partir de um ano
de cultivo, na primavera e verão. As raízes e os rizomas são coletadas só após
o quarto ano, no final do outono até o final do inverno.
· Rendimento: A planta produz cerca de 150 folhas por ano.
· Renovação: embora a raiz da planta sobrevive até 40 anos de idade, a
cultura deve ser renovada a cada 5 a 6 anos.
· Produção de sementes: não se constatou a formação de sementes viáveis.
PARTES UTILIZADAS: Rizoma, raiz e folhas adultas, pois as folhas novas são tóxicas.
FITOQUÍMICA: Ácido galo-tânico, sinfitocinoglossina, lasiocarpina, resina,
tanino, alcalóides pirrolizidínicos (sinfitina e equimidina), isoleucina,
leucina, fenilamina, melonina, treolina, triptofano, valina, arginina,
histidina, tirosina, prolina, cistina, arinina, pirrolizidina, mucilagens,
ferro, manganês, zinco, cálcio, fósforo, vitaminas A, B1, B2, B12, C,
ácido pantotênico, alantoína (Walter Accorsi, colina, minerais
e ácido fólico. A planta encerra o alcalóide alantoína, que é responsável
pela hidratação e cicatrização de uma ferida em apenas um dia (ungüento da folha).
Contém 9,06% de cinzas. É citado como o vegetal mais rico em vitaminas e
sais minerais, destacando-se os minerais, ferro, manganês, cálcio, fósforo e
zinco. O teor de alantoína varia de 0,44 a 0,50% nas folhas (no verão) a
0,60 a 2,55%, nas raízes, cujo teor de cinzas é de 9,06% .
PROPRIEDADES
ETNOTERAPÊUTICAS: Hemostática, antiinflamatória, cicatrizante, antidiarréica, antidisentérica,
adstringente, vulnerária, anti-reumática, desintoxicante,
anticancerígena, antidiabética, laxante, antianêmica, mineralizante,
antiasmática, antileucêmica, tônica, anti-hemorroidária, amarga,
mucilaginosa, calmante e depurativa. A raiz é emoliente, béquica e
expectorante.
INDICAÇÕES: Favorece a
restauração de tecidos ulcerados, feridas, cortes, fraturas e afecções
ósseas. Atua como indutor da produção calcária. Indicada ainda para
hematúria, tuberculose, intoxicações gerais, hepatite, bronquite,
lábios secos ou rachados, hemoptises, furúnculos, úlceras,
cefalalgias, icterícia, debilidade,
queimaduras, gastrite e senilidade prematura. Elimina sardas, espinhas,
irritações na pele e dores nos olhos, nas costas e nos músculos; regulariza a
pressão arterial. A raiz, que é a
parte mais utilizada, normaliza a atividade sexual e mantém a pigmentação
natural do cabelo. Cozida em vinho, combate a hemoptise e regula os
fluxos sangüíneos.
FORMAS DE USO
· Alcoolatura: misturar 1 parte de sumo das folhas em 5 partes de álcool.
Aplicar sobre as partes afetadas.
· Cataplasma: amassar as folhas até ponto de pasta e aplicar sobre o
ferimento. Pode-se adicionar um pouco de glicerina à pasta.
· Emplastro: esmagar as folhas em água morna e aplicar sobre o ferimento
2 vezes ao dia. No caso de contusões e inchaços, colocar o emplastro dentro de
um pano antes de aplicar.
· Infusão ou Tisana:
Þ 30g de folhas por litro de água.
Þ 2 folhas maturas em 2 copos de água quente. Tomar 3 vezes ao dia.
· Compressa: usar o decôcto das folhas sobre feridas e queimaduras,
várias vezes ao dia.
· Decôcto: ferver por 5 minutos 1 colher das de chá de rizoma em 1 xícara
das de chá de água. Tomar 3 xícaras ao dia (bronquite e tosse). Para úlceras
internas, tomar 1 xícara em jejum e após as refeições.
TOXICOLOGIA: O uso interno
pode resultar em irritações gástricas, graves lesões hepáticas e
carcinogênicas, devido aos alcalóides pirrolizidínicos, que também são
mutagênicos e pneumotóxicos. O consumo de leite, carne e mel de animais
cronicamente contaminados pode também resultar em efeitos deletérios ao homem. O Ministério da Saúde do Brasil proíbe o uso interno do confrei. As folhas do confrei tem uma
pubescência irritante à pele.
OUTRAS PROPRIEDADES
· A raiz é adocicada e mucilaginosa.
· Obtém-se da planta uma tinta vermelha para o tingimento de peles e lãs.
· É muito utilizada como forrageira, pelo alto teor protéico e pela alta
produção de massa verde.
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