Segredos do Alecrim
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NOME CIENTÍFICO
Rosmarinus officinalis L.
FAMÍLIA BOTÂNICA
Lamiaceae.
SINONÍMIA
Alecrim-da-horta,
alecrim-de-cheiro, alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarinho, alecrim-rosmarino,
alecrinzeiro, erva-da-graça, libanotis, rozmarim, rosmarino.
HABITAT
O alecrim
vegeta espontaneamente em terrenos pedregosos e arenosos no litoral dos países
mediterrânicos, entre o norte da África e sul da Europa. É encontrado até
1.500m de altitude. A planta está plenamente aclimatada ao Brasil, sendo
cultivada em hortas e jardins.
FITOLOGIA
Planta
semi-arbustiva, perene, lenhosa, ramificada, perenifólia, olente, que cresce de
0,5 a 1,8m de altura. Os ramos são tetragonais quando jovens e pubescentes.
Folhas sésseis, opostas, lineares, inteiras, coriáceas, com pêlos estelares na
face inferior, conferindo uma coloração esbranquiçada; na face superior o tom é
verde-escuro. As margens das folhas são recurvadas para a face inferior. As
flores são hermafroditas, diminutas, bilabiadas, subsésseis, azul-claras a
esbranquiçadas, reunidas em inflorescências axilares e terminais. As folhas
encanoadas para baixo protegem os estômatos dorsais, dificultando a perda de
água. As flores são atrativas de abelhas. O fruto é do tipo aquênio, de formato
ovóide. A planta tende a floresce o ano todo e pode viver 8 a 10 anos.
SOLO
As qualidades
aromáticas são mais pronunciadas quando a planta cresce em solo calcário, seco,
pouco fértil em nutrientes, arenoso e bem drenado. Não tolera solo ácidos.
CLIMA
É de clima
temperado quente, dias longos e com bastante luminosidade. Noites quentes
favorecem o crescimento vegetativo da planta, enquanto períodos chuvosos ou com
nevoeiro reduzem os princípios. Umidade elevada e clima muito frio reduzem o
teor das essências da planta. A produção de óleo essencial é maior no verão do
que no inverno. É sensível ao vento e temperaturas muito baixas. É
heliófita.
AGROLOGIA
· Espaçamento: 1,50 x 0,70m.
· Propagação: sementes, estaquia, divisão de touceiras e mergulhia.
Utiliza-se as ponteiras dos ramos, com cerca de 15cm de comprimento,
desbastando-se todas as folhas nos 2/3 basais. O enraizamento demora 3 a 4
semanas após a estaquia. o uso de fito-hormônios acelera o enraizamento. As
estacas podem ser tratadas com IBA, ácido indol-butírico, na dose de 1.000ppm.
Utiliza-se também a alporquia ou mergulhia de ramos. Época favorável de
estaquia: antes ou depois de uma florada intensa.
· Substrato: casca de arroz tostada, vermiculita e a areia lavada.
· Plantio: outubro a novembro, quando a muda foi obtida de estacas ou
mergulhia. Quando obtidas de sementes, plantar em março a abril. As mudas são
transplantadas com um porte de 20 a 25cm.
· Irrigação: só deverá ser feita se ocorrer um período significativo de
estiagens, pois as regas abundantes são prejudiciais ao conteúdo de óleos
essenciais da planta.
· Plantas daninhas: a planta não tolera competição com outras plantas.
· Seleção genética: espécimes de hábito prostrado devem ser eliminados
devido a péssima arquitetura, pela predisposição em ser infectada por
microorganismos do solo e sujeira.
· Desenvolvimento: Por ser uma planta lenhosa, o crescimento é lento.
· Doenças: as raízes podem ser invadidas por Meloidogyne javanica e M.
incognita. A planta pode tornar-se virulenta, quando então as folhas
tornam-se amareladas. O amarelecimento das folhas e secamento dos ramos podem
ser conseqüência de infecções por fungos Fusarium
spp.
· Alelopatia: a planta é alelopata positiva com a sálvia (Salvia officinalis).
· Florescimento: ocorre mais intensamente a partir de agosto a dezembro,
estendendo-se pelo verão e outono.
· Colheita das folhas: após o início do florescimento, quando as plantas
já tem mais de 1m de altura.
· Padrões comerciais: o óleo essencial deve ter, no mínimo, 2,5% de
ésteres e 10% de borneol.
· Produção de sementes: não ocorre formação de sementes no Litoral de
Santa Catarina.
PARTES UTILIZADAS
Folhas sem
ramos, colhidas na primavera. Na indústria se utilizam ramos verdes com folha e
sumidades.
FITOQUÍMICA
Óleo essencial
contendo borneol (9 a 18%), a-pineno,
canfeno, cineol, lineol, eucaliptol e circol; saponinas, taninos,
alcalóides, ácido rosmarínico, flavonóides, acetato de bornila,
valerianato de bornila, cânfora, matérias resinosas e pépticas,
dextrogira, eucaliptol, ácido nicotínico e colina. Apresenta 4,5 a 6% de cinzas e 1,4 a 2% de óleo essencial nas
folhas e 1,4% na sumidades floridas.
PROPRIEDADES
ETNOTERAPÊUTICAS
Estimulante
digestiva, antiespasmódica, eupéptica, cardiotônica, aperiente,
emenagoga, cicatrizante (o pó das folhas), estomáquica, vulnerária,
carminativa, anti-hipertensora, anti-reumática, calmante, antidiabética,
tônica, antisséptica, sudorífica, balsâmica, anti-reumática, eupéptica,
calmante, vasodilatadora, antidepressiva, estomacal, febrífuga, excitante, béquica, tonificante do útero, estimulante da
fecundidade feminina, depurativa, antisséptica, colagoga, narcótica,
antiasmática e antigripal.
INDICAÇÕES
É indicada para o tratamento de problemas
respiratórios, úlceras, afecções cefálicas, poliuria, enxaqueca, queda de cabelo, depressão,
astenia, dispepsia atônica, gastralgia, isquemia, vertigem, cansaço
físico e mental, hemorróidas, afecções hepáticas, intestinais e renais,
bronquite, coqueluche, feridas, úlceras, gota, clorose, escrófulas,
nevralgias, paralisias, feridas, contusões, indigestão, histeria,
nervosismo, celulite, colesterol, convalescença, odontalgia, edema,
entorse, frigidez, impotência, rugas,
insônia e torcicolo.
ATIVIDADE
BIOLÓGICA
O óleo
essencial apresenta forte atividade
contra Salmonella sp., Staphylococcus aureus e três raças de Listeria monocytogenes.
FORMAS DE USO
· Infusão:
Þ 1 xícara (tipo cafezinho) de folhas secas ou frescas em 1/2 litro
d'água. Tomar 1 xícara das de chá em intervalos de 6 horas.
Þ 15 g de folhas para 1 litro de água fervente. Depois de fria, coar e
tomar 1 xícara de chá três vezes ao
dia.
Þ 5 a15g de folhas por litro se água fervente.
Þ 1 colher das de chá em 1 xícara de água quente. Tomar 2 a 3 xícaras ao
dia
· Vinho: macerar 1 xícara e meia das de chá de folhas em 1 litro de vinho
tinto durante 10 dias. Filtrar e adoçar com mel. Tomar 1 cálice antes das
refeições. Pode ser utilizada também a quantidade de 30 a 60g de folhas por litro de vinho,
tomando-se 2 a 3 cálices ao dia.
· Banho: ferver 3 xícaras das de chá de folhas em 1 litro de água por 5
minutos. Coar, esfriar e misturar à água da banheira. Pode ser utilizado também
o óleo essencial, 3 colheres das de sopa.
· Pó: as folhas secas podem ser pulverizadas e utilizadas como
cicatrizantes.
· Tintura:
Þ 50g d e folhas secas em 1 litro de álcool. Deixar em maceração por 5
dias, filtrar e conservar em vasilhame
escuro. Tomar diariamente 40 gotas
diluídas em um
copo de água, por 10 a 15 dias (tratamento para hemorróidas).
Þ Deixar macerar 10 xícaras das de cafezinho de folhas secas em ½ litro
de álcool de cereais ou aguardente. Tomar uma colher das de chá 3 vezes ao dia,
misturado com um pouco de água.
· Extrato fluído: 1 a 5ml/dia.
· Decôcto: a 2,5%, de 50 a 200ml/dia.
· Xarope:
Þ 20 a 10ml/dia
Þ Deixar macerar 10 xícaras das de cafezinho de folhas secas em ½ litro
de álcool de cereais ou aguardente. Tomar uma colher das de chá 3 vezes ao dia,
misturado com um pouco de água.
Þ Para ½ litro de xarope, adicionar o suco de 4 xícaras das de cafezinho.
Tomar 1 colher a cada 3 horas.
TOXICOLOGIA
Em altas doses
é tóxico, prostático, desintérico e abortivo. Extrato da planta, a
partir da dose de 52mg/dia, é embriotóxico em cobaias. Pode causar
gastroenterite e/ou nefrite.
OUTRAS PROPRIEDADES
· O sabor das folhas e das sumidades floridas é intensamente aromático,
canforáceo e algo picante. As folhas, principalmente, são utilizadas como
condimento em culinária.
· A planta é utilizada como condimento, sobretudo de carne, peixes, frangos,
guisados, saladas, pudins e biscoitos.
· É utilizada em perfumaria e cosmética (sabonete, desodorante e tônico
capilar)
· Desidratada e pulverizada, atua como incenso (odorizante e abascanto).
· É repelente de pragas caseiras, de moscas e borboletas.
· A planta é melífera. O mel produzido a partir de sua flores é reputado
como sendo da mais alta qualidade alimentar e medicinal.
· As sementes contém um óleo essencial cor âmbar utilizado na preparação
de cosméticos, entre eles a "água de colônia".
· O óleo de alecrim é parasiticida.
Fonte: Epagri
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